terça-feira, 8 de abril de 2008

Tempo

Mais um ano, dois, muitos…
Cada vez parecem
Esfumar-se mais rapidamente
Por entre as nossas mãos,
e sem sequer deixar marcas.
Não deixes que isso aconteça!
Saboreia os teus dias
Lenta, lentamente,
Não permitindo nada passar ao largo
Pensando não valer a pena.
Aprende a ver a beleza nos pequenos nadas
A sentir os cheiros quase inexistentes
E a admirar o Sol
Mesmo escondido por entre as nuvens
Assim,
Um dia poderás olhar para trás,
Tranquilamente fechando os olhos
E sorrir …porque nada te escapou.
(para a afilhada)

Gina
Março 2003

If Today...

If today I would be given the chance
To go back in our lives,
I would most certainly
Go back, to when you were four years old
To be able to sit you on my lap,
Sing you “blue eyes, the baby’s got blue eyes”,
Tickle you making you giggle silly,
Tell you foolish stories in bed
Till both of us would be out of breath laughing,
As if we were two happy kids of the same age,
And while grandma would pass through the corridor
Asking through our closed bedroom door “o que é que se passa aí?”
We would even giggle and laugh more, for no reason
No reason at all, other than, what we both, had well in common:
Unconditional love
It’s obvious I cannot go back to when you were four.
And neither of us can ever erase mistakes made,
But we are only human, and it’s normal to make mistakes.
What would not be normal, would be
Not to recognize them nor  make mends,
But that we’ve done, thanks to the love of God,
And so, we are finally smiling, at peace with, and still with:
Unconditional love
Learning through our mistakes
Gives us experience on how to deal with others
How to rearrange, or put in order our good or bad feelings
Make us learn that God is Love,
Therefore He wants us to love not hate.
Living and practicing all these facts of life
Make us become stronger, more secure
And certainly aware
Of what we’ve never lost, never harmed, never forgot,
And had always in common:
Unconditional love

(para a minha filha)

Gina
Março de 2004


Este Sorriso

Este sorriso que de mim sai
e brota descarado
no meio
de ventos e tempestades
é por quem, e para quem?

Quem me faz sorrir,
rir, gargalhar
e até alegremente sonhar
está por mim sobejamente
identificado.

E para ti, para si, está?
Então pergunta-te se foste tu,
se foi você,
que me fizeste,
me fez sorrir assim.

A quem se identificar como o,
ou os,
responsáveis,
envio um beijinho
especial de gratidão.

Gina
Abril 2006

Perdida no Tempo


Virgínia Dias - PalavrasEmTonsDeAzul

  
Desde a adolescência que me apercebi que tinha um gosto especial pelas palavras escritas.

Comecei por gravá-las num diário que me foi oferecido quando fiz 15 anos. Era um diário de capa de cabedal bege com um cadeado e chave.

Iniciei a minha escrita naquelas páginas imaculadas para depressa as rasgar, tal era o medo, de apesar de o diário poder ser fechado à chave, alguém pudesse abri-lo na mesma, e ler o que eu lá tinha escrito. O diário passou a ficar vazio e eventualmente perder-se numa das muitas mudanças de casa. 

Passei a escrever em folhas soltas que escondia onde podia.

Rasquei muito do que escrevi ao longo dos anos, porque o que escrevia um dia nos outros seguintes já queria corrigir.

Houve quem quisesse corrigir a minha escrita mas não deixei. Acho que a nossa escrita, boa, má ou assim-assim,  é como a nossa impressão digital, é única.

Um dia tive a coragem de enviar um poema para a Revista Evasões (pode ver aqui) sobre um tema proposto e o mesmo foi publicado; fiquei feliz porque afinal alguém tinha gostado do que havia escrito.

Passaram-se alguns anos e ganhei de novo coragem para publicar um poema num portal de poesia e a crítica foi positiva. Continuei a publicar e enchi-me de entusiasmo, lendo as interpretações de outros que já tinham larga experiência na escrita. Um dia ouvi um dos meus poemas ser lido numa sessão pública e corei, mas gostei tanto que pensei, que afinal, em vez de escrever em folhas soltas poderia começar a partilhar as palavras antes que o vento as levasse.

Palavras Em Tons De AzulPartilhar palavras antes que o vento as leve é onde reúno palavras de amor, crítica ou sátira, todas em tons de azul, com pitadas de humor bem misturadas e servidas em ambiente descontraído e acolhedor.

Os textos, sejam eles em forma de poesia, contos, humor ou tristeza, são autênticos desabafos, conforme os estados de alma de uma criativa de nascença em formação contínua para o aperfeiçoamento da vida

Gosto de brincar com as palavras sobre as minhas reflexões ou diferentes formas de pensar.

Posso ser delicodoce, diplomática, politicamente-correcta, ou incisiva, mas nunca indelicada. 

Gosto de pessoas bem-humoradas.

Também gosto de escrever poesia que embale mas não seja demasiado doce para não enjoar. 

Se acrescentar que gosto muito de música, fotografia, pintura e culinária? Será que chega para saciar a curiosidade de quem me lê? 

Talvez não, mas também é muito possível, que quem me lê não tenha qualquer curiosidade sobre quem está por detrás da escrita; por outro lado, não gosto de dizer tudo, por isso acrescento apenas que alguns chamam-me criativa, outros não me chamam nada, e ainda há uns quantos outros que me chamam “chata” porque dizem que o meu telefone está sempre em silêncio.

Ah...já agora, gosto de fazer trocadilhos que para o bom entendedor basta, para os outros fica-lhes a sensação de que vim de Marte. 

Virgínia Dias, Lua Azul como blogger, Gina para os amigos e Gininha para a família.

Boa leitura!